terça-feira, 29 de abril de 2008

As respostas de Gerard Unger

Pensando a partir dos fragmentos de algumas conversas, me deparei agora com a constante questão da mudança - sinto como se estivéssemos numa época acomodada, que não um período de transição do design gráfico; vejo todos parados olhando para o próprio umbigo, correndo atrás do prejuízo e de um certo modo, despreparados para uma mudança nos meios visuais, e na forma de apresentação desses meios. A resposta para isso me veio de maneira subta - uma entrevista com o designer holandês Gerard Unger na versão online do site da eye magazine (citado abaixo).
.
.
.
Quando o perguntaram se "os métodos de ensino atuais não preparam os alunos para as mudanças", ele respondeu que hoje, "a ênfase do esino é muito maior na expressão pessoal, e que as veias do design que levantam a bandeira da pura 'solução de problemas' são sua origem e escola original". Essas palavras podem conter, para alguns, traços de estagnação, porém resgata valores de uma cultura de design que perdemos. Nem todos podemos ser designers superstars (tendo em vista a cultura de expressão pessoal que Unger cita), e de fato muito poucos o serão. Mas a característica contratualista de dialogar com as diferentes possibilidades do "lidar com a linguagem" (ora de modo pessoal, ora de maneira à resolução de problemas) é algo que devemos guardar.
.
.
.
Transformar, e criar algo que seja novo (ah, o novo!) é uma descoberta baseada no estudo (novidaaade...), seja ele sistemático (ou não), teórico ou prático; e não um exercício livre de referenciais e de conceitos pré-definidos. Criar é difícil. E só o tempo pode dizer se esse trabalho gerará frutos a serem divididos com a comunidade em geral e provocar discussões úteis (a simples expressão pessoal ainda cai na triste análise do bonito-feio). Todos queremos ser reconhecidos pelo trabalho que realizamos, e queremos, de certa maneira, mudar o mundo com nossas idéias. E eu espero que isso aconteça, e que entre uma mudança e outra, o panorama geral possa ser acrescido de grandes contribuições, sejam elas um trabalho teórico de valor agregado inestimável, a geração de imagens que por si provoquem a discussão e inspirem as novas gerações, ou, por que não, um livro feito na faculdade.
.
.
.
O design gráfico de Gerard Under
A tipografia de Gerard Under

Um comentário:

Bia disse...

GENTE!
O blog cosas visuales linkou a gente lá!

olha que liiindo!